DIETA CETOGÊNICA

A dieta cetogênica é uma alternativa terapêutica para epilepsia de difícil controle. Quando a criança/adolescente/adulto tem epilepsia e, após 2 ou 3 medicamentos, não houver controle total das crises, a epilepsia torna-se refratária (difícil controle). Do total de pacientes com epilepsia, 20% a 30% são refratários. As opções para tentar o controle são: politerapia medicamentosa ( 4 ou mais remédios), cirurgia da epilepsia, estimulador de nervo vago (VNS), dieta cetogênica e canabidiol.

A dieta cetogênica surgiu em 1921, para mimetizar os efeitos do jejum, bem conhecidos desde a antiguidade, no controle de crises. Ela fornece uma grande quantidade de gordura e baixa quantidade de carboidrato, com proteínas adequadas. Com pouco carboidrato, as nossas células são obrigadas a quebrarem as gorduras, em cetonas, para obterem energia. Estas cetonas são as responsáveis pelos benefícios na redução de crises, quando as células do cérebro a utilizam.

Existem 4 tipos de dietas cetogênicas: clássica, a modificada de Atkins, a dieta com triglicerídeos de cadeia média e a de baixo índice glicêmico. A clássica e a modificada de Atkins são as mais utilizadas e as que realmente mostram os maiores benefícios. Ambas requerem acompanhamento médico especializado e supervisão regular do nutricionista. A dieta é minimamente calculada conforme as necessidades, preferências de cada criança, além de se adequar à rotina da família. Em adultos, utiliza-se a modificada de Atkins, que só restringe a quantidade de carboidratos, facilitando maior adesão.

Cerca de 50 a 75% tem benefícios na redução de crises e na redução dos medicamentos, sendo que até 20% podem ficar livres de crise. Uma pequena porcentagem pode não ter nenhum benefício. Os resultados favoráveis podem surgir de 1 a 90 dias.

Antes de iniciar a dieta, o paciente deve ser avaliado por um médico, neuropediatra, experiente no manejo da dieta. Será submetido a um protocolo de exames e avaliação clínica. Existem algumas doenças em que a dieta cetogênica está proibida como desnutrição grave, defeitos de beta-oxidação, porfirias, deficiência de carnitina, insuficiência hepática, insuficiência renal e outras. Por outro lado, a dieta é o único tratamento existente para pacientes portadores de deficiência de GLUT-1 e deficiência de piruvato desidrogenase. Mesmo que haja indicação cirúrgica, ela pode ser realizada até o dia da cirurgia.

A dieta cetogênica é realizada em torno de 2 a 3 anos. Como ela é iniciada devagar, com aumento gradual da quantidade de gorduras, o mesmo deve ser feito na sua retirada. Em crianças que se alimentam por sonda ou gastrostomia, ela é realizada através de formulações prontas.

Para a realização da dieta é necessário um caderno para anotar as crises, fitas de cetonúria para verificar a cetose diariamente na urina e uma balança para o cálculo preciso das quantidades a serem ingeridas. Além disso, a família, os amigos e a escola devem ser orientados quanto à necessidade deste tratamento regular e serem agentes facilitadores.

O custo da dieta envolve apenas a compra de alimentos comuns do dia-a-dia de uma casa como: creme de leite, nata, maionese, ovos, azeite, carnes, bacon, toucinho, verduras, frutas, adoçante, temperos naturais, etc. O uso de polivitamínicos e sais minerais também são necessários.

Existem algumas doenças em que a dieta cetogênica demonstrou maior eficácia: Síndrome de Doose, Espasmos Infantis, Síndrome de Lennox-Gastaut, Síndrome de Rett, Síndrome de Dravet, Deficiência de GLUT-1, deficiência de piruvato desidrogenase, Esclerose Tuberosa, Epilepsias sintomáticas, etc.

A efetividade da dieta é medida através de fitas reagentes na urina. Se não está reagindo (no caso ficando rosa ou roxa), ou a fita está estragada ou está havendo consumo de açúcar. Em crianças é muito comum uso de medicamentos em xaropes com açúcar. É importante verificar se algum medicamento com açúcar não foi trocado por comprimido, se a pasta de dente é infantil, se o polivitamínico tem açúcar e até uso de hidratantes ou protetor solar podem também podem conter açúcar.

Exemplo de cardápio:

  • Café da manha: ovo, creme de leite e abacate.
  • Almoço: strogonoff de frango, alface, cenoura e azeite, Suco de limão.
  • Lanche: ovo, creme de leite, abacate.
  • Jantar: brócolis, alface, peixe e azeite. Suco de maracujá, Água ou suco artificial em pó sem açúcar.

Prato 1

Cupcake cetogênico de morango

Prato 2

Pizza

Prato 3

Macarrão de presunto com molho branco

Prato 4

Creme de leite com suco em pó de morango

Prato 5

Frapê de abacate

Prato 6

Torradinha